domingo, 11 de abril de 2010

Ilha do Medo // Shutter Island

Vitor: Isla del Miedo. O filme novo do Martin Scorsese, uma espécie de homenagem aos filmes Noir e paranóia dos anos 40. É mais uma parceria dele com Leonardo DiCaprio. O quarto filme deles juntos.

Mila: Não vi nenhum desses dois. Vou colocar na minha lista de filmes antigos que tenho de assistir. DiCaprio e Scorsese trabalharam juntos ainda em O Aviador, Os Infiltrados e Gangues de Nova York. Leonardo Di Caprio está para Scorsese, assim como Penélope Cruz está para Almodóvar.

Vitor: AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!!! Filme Noir e filme de paranóia são dois gêneros de filmes!

Mila: KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Fefu, me perdoe... Eu sei analisar o que gosto e o que não gosto, o que presta e o que não presta, mas ainda estou verdinha quanto a esses termos técnicos. Leitores: perdoem-me. Falha minha. (Muitíssimo envergonhada)

Vitor: _☺_ \☺_ \☺/ <☺/ <☺> \☺> \☺/ _☺_ êêê Macarena!

Mila: Que envergonhada o quê? Eu tou é rindo de mim mesma! (kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk)
Continuemos... faz favor, antes que eu cometa outra gafe.

Vitor: (Ri alto!) Enfim, o Leonardo DiCaprio é um agente designado de ir investigar o desaparecimento de uma interna de uma clínica psiquiátrica que fica em uma ilha. Com ele, vai também o seu novo parceiro, o Mark Ruffalo. Enfim, o filme é uma viagem só, e para quem vai assistir o importante é só saber o que eu já falei. Mais do que isso estraga. Mas eu posso citar que Ben Kingsley (Gandhi), Max von Sydow (O Exorcista), Patricia Clarkson (Vicky Cristina Barcelona) e Emily Mortimer (Querido Frankie) estão também no elenco. E a Michelle Williams, que foi de Dawson's Creek, Brokeback Mountain.

Mila: Acho que esse filme vai ser um dos grandes concorrentes ao próximo Oscar.

Vitor: Ou não. Sabe-se lá se vão lembrar dele daqui até lá.

Mila: Amei esse filme. Quem tiver tempo de assistir que assista e quem não tiver tempo que arrume.

Vitor: Pois é. Mas eu já vi bastante gente que não gostou. E dentre os que gostaram, tem aqueles que divergem opiniões sobre o final. O que pra mim foi bem óbvio, não sei como chegam a outras conclusões, mas enfim...

Mila: Vi duas pessoas dizendo que não gostaram apenas. Mas não entendi porque não gostaram, só me disseram que o filme era meio parado.
Ah, e o final, para mim, também foi bem óbvio. Já até conversamos outro dia sobre isso.
Para mim o filme foi maravilhoso, não vi nem o tempo passar porque ele prendeu toda a minha atenção. Havia horas em que eu esquecia até da pipoca!

Vitor: E eu nem pipoca tinha... Aliás, levei batatinha e refrigerante, mas a garrafa no saculejo da mochila estourou. Foi uma melegueira só...

Mila: Acho que não podemos contar muito né.... Hoje foi uma incrível unanimidade: comentamos 3 filmes e concordamos em tudo nos 3. Acho que é por isso que tá chovendo aqui em Maceió! Aí em San Francisco o tempo também está estranho?

Vitor: Tá não, tá normal.

Mila: hummm…

Preciosa // Precious

Vitor: Precious é um filme independente que estreou em Sundance no começo do ano passado. Fez sucesso no festival e Tyler Perry e Oprah decidiram ajudar na promoção do filme.

Mila: Dê logo a ficha completa, Vitor, deixe de enrolada! kkkkkk

Vitor: A direção é do Lee Daniels, e no elenco tem a estreante Gabourey Sidibe, a comediante Mo'Nique, Paula Patton e Mariah Carey. O roteiro é uma adaptação do livro "Push", da escritora Sapphire.

Mila: De início, aviso logo que o filme é um drama e é daqueles pra quem tem estômago. Precious, ou Preciosa, é uma garota pobre, negra e gorda. Ela já tem um filho e não consegue terminar o ensino médio.

Vitor: Ela mora sozinha com a mãe. O pai dela largou a mãe, e enquanto ele morava lá, ele abusava sexualmente dela. O pai dela era namorado da mãe, não eram casados. A filha dela era deficiente, porque é filha de incesto.

Mila: É messsssssssssssmo. A mãe dela mantém Preciosa em casa pois ela vive com o dinheiro do seguro social, pago em função da filhinha de Preciosa. Ela está grávida do segundo filho. Daí que a diretora do seu colégio manda ela pra uma espécie de escola onde Preciosa receberá uma atenção direcionada para os seus problemas. É aí que sua vida começa a mudar.

Vitor: Como ela engravida pela segunda vez, e ela é praticamente analfabeta, ela é expulsa da escola e vai para um centro alternativo de aprendizagem. E nesse centro ela tem a chance de se abrir com outras pessoas sobre os seus problemas, e então ela passa a ter uma atitude menos passiva em relação a vida.

Mila: Isso acontece quando ela conhece a nova professora e também a assistente social que é a Mariah Carey.

Vitor: Sim, com um visual completamente diferente do perua habitual.

Mila: Detaaaaaaaaaalhe!!! Resumindo, o filme é muito bom. Ele vem com o enredo de uma história muitíssimo interessante e tem um final também interessante.

Vitor: Exato.

Mila: Preciosa começa a viver sua vida de verdade. E o filme deixa a cargo de cada um, a lição que a história de Preciosa traz. Cada um escolhe o que quer apreender daquilo tudo. Enfim, mais uma raridade de filme, pois, além de ser bom, fez com que nós dois concordássemos que ele bom. Então acho que é um duplo "bom".

Vitor: Verdade. Eu gostei muito!

Mila: Ou seja, filme duplamente recomendado. Com a ressalva de que, aqueles que não gostam do gênero drama, nem vão assistir porque não vão conseguir digeri-lo.

Guerra ao Terror // The Hurt Locker

Vitor: Viu essa porcaria?

Mila: Ai, ai. Gostaria que alguém tivesse me avisado antes! Acho que nesse vamos concordar em muiiiiiita coisa.

Vitor: De vez em quando faz bem. Eu acho que já tinha te dito que não prestava antes. Mas eu vejo duas coisas boas por ele ter ganho o Oscar. A primeira, é porque ganhou de Avatar, óbvio. E a segunda, é que apesar dos pesares, é um filme pacifista. Apesar de unilateral.

Mila: Meu filho, dê logo a ficha técnica para que possamos acabar com essa tormenta!

Vitor: Filme independente, que estreou em Sundance, dirigido pela Kathryn Bigelow (primeira mulher a ganhar um Oscar de direçao), roteiro de Mark Boal. No elenco, Jeremy Renner (SWAT), Guy Pearce (Amnésia, Priscilla - A Rainha do Deserto), Evangeline Lilly (Lost), David Morse (À Espera de Um MIlagre). Mais alguma coisa?

Mila: Me disseram que ela é ex-esposa de alguém importante. De quem é mesmo?

Vitor: James Cameron. Era só o que se falava durante as premiações. Ex-cônjuges competindo pelos prêmios de direção. O único que ela perdeu foi o globo de ouro. Levou todos os outros. Para quem vive na lua, ou em Plutão, James Cameron fez Avatar, Titanic, O Exterminador do Futuro, Alien (o 2), True Lies, O Segredo do Abismo, entre outros.

Mila: Vamos às concordâncias verbais e nominais: concordo que o filme é unilateral e ao mesmo tempo pacifista. Não é um péssimo filme, mas chegou em uma época em que já foram feitos milhares de filmes de guerra, nos quais os "coitadinhos" dos americaninhos são mandados pra guerra e sofrem horrores. E também concordo que Avatar não merecia "O" Oscar, mas a minha escolha também não seria Guerra Ao Terror, definitivamente.

Vitor: Indeed.

Mila: Não sei, talvez se esse filme tivesse saído antes da leva de milhares de filmes de guerra, talvez eu gostasse um pouco mais dele. Mas, mesmo assim, ainda não ia amá-lo, pois fico contrariadíssima com essa história de os EUA inventarem guerra em países problemáticos (geralmente por interesses escusos) e depois ficarem querendo dizer que são uns coitadinhos e que seus jovens são mortos na guerra.

Vitor: Eu não iria gostar. Pelo simples motivo de ser enfadonho.

Mila: Detalhe que eles mesmos começam guerras desnecessárias e dão uma de coitados pelo fato de seus jovens morrerem lá, porém eles mesmos não dão uma assistência decente pros "coitados" que voltam totalmente desajustados depois do que passam lá.

Vitor: Mas não há assistência que cure, né?

Mila: Pois, não é!?

Vitor: Sejamos racionais. Muito difícil alguém voltar de uma guerra como quem foi passar o fim de semana em Paripueira.

Mila: E, ao mesmo tempo, morro de pena desses meninos que se alistam novinhos, pois vão voltar de lá totalmente sequelados. E o mundo inteiro sabe disso, mas eles não enxergam porque a lavagem cerebral é muito grande.

Vitor: Eu não tenho pena nenhuma. É igual a gente que anda em brasa: só pisa porque quer.

Mila: Bem, eu ainda sinto sim pena da maioria. Vejo eles como marionetes nas mãos de um governo amplamente conceituado em manipulação mental. Enfim, na minha modesta opinião, quem deveria ter ganho o Oscar era o Bastardos Inglórios. Ou então, Preciosa. Vamos a eles? Jesus, o céu vai cair aqui em Maceió!

Vitor: Bastardos a gente já brigou a respeito. Hoje em dia gosto mais, mas continuo achando a carnificina exagerada. Tá chovendo muito aí?

Mila: Tá chovendo não, tá caindo um toró (em Alagoas, é chuva forte). Por fim, quem tiver escolha que assista outro filme porque esse aqui já está "miado" (em Alagoas, isso significa que é algo que já aconteceu muito/repetitivo). Então vamos comentar Preciosa, pois estou ansiosa! Até rimou.